Dr. Alexander Morrell foi o moderador do debate sobre técnicas cirúrgicas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) na noite desta terça-feira (31). O bate-papo foi transmitido ao vivo pelo Facebook e contou com a participação dos ex-presidentes da SBCBM Thomas Szegö e Luiz Vicente Berti.

Os especialistas discutiram sobre as diferenças, indicações e aplicações dos dois principais métodos utilizados no mundo, o bypass gástrico e a gastrectomia vertical.

Durante a discussão, Morrell chamou atenção para o papel do cirurgião habilitado nas técnicas autorizadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e que são referendadas pela SBCBM.

“É muito importante que o paciente procure um profissional habilitado em fazer a cirurgia bariátrica e metabólica, que pertença a Sociedade; questioná-lo sobre qual procedimento ele pretende realizar. Existem algumas cirurgias que o cirurgião realiza por conta própria. É um cirurgião que resolveu inventar uma cirurgia que não está catalogada, sem reconhecimento da comunidade científica”, alerta Morrell. “É importante que o paciente tenha ideia de qual procedimento vai realizar. Ele [o paciente] tem que ter ideia de que não pode delegar ao médico o poder de escolher uma cirurgia que ele não sabe que será submetido”, afirma.

Cirurgia bariátrica por videolaparoscopia

Morrell, que é especialista em cirurgia videolaparoscópica, também chama a atenção da técnica de cirurgia bariátrica minimamente invasiva.

Com a videolaparoscopia, o cirurgião amplia a imagem em 20 vezes com o uso de uma câmera e opera o paciente com muito mais precisão por um corte mínimo na pele. O resultado é uma recuperação rápida e sem cicatrizes aparentes. O paciente fica internado por menos tempo e os pequenos cortes também diminuem as chances de infecção, além de garantir uma estética incomparavelmente melhor.

O Ministério da Saúde já publicou uma portaria que autoriza o Sistema Único de Saúde (SUS) a fazer a cirurgia bariátrica por videolaparoscopia, mas a realidade dos hospitais públicos mostra que a cirurgia aberta ainda é a mais realizada.

“O país não disponibiliza verba e condições necessárias para que o cirurgião, inclusive em regiões mais afastadas, possa fazer a cirurgia por via laparoscópica. É um problema que vivemos no país por condições de recursos e não porque o cirurgião não esteja habilitado ou que desconheça a portaria”, complementa Morrell.

Assista ao programa na íntegra: